Por que nos envolvemos, namoramos, casamos?
Há
um grande fantasma que ronda a vida de todos os casais. O seu nome faz
tremer mulheres e coloca homens em fúria: o adultério. O temor é tanto
que muitos são os que, mesmo não sentindo o perigo, já sabem muito bem
que armas usar para atirar no monstro. As mulheres se prepararam para
atingir o homem no seu órgão mais sensível, o bolso. O esquema das
pensões pode ser um bom inibidor ou uma faca para vingança. Os homens
contam com uma resposta menos objetiva, mas altamente utilizada e com
resultado às vezes útil, que é o ataque moral. Afinal, mulher adúltera
ganha de homens e mulheres os nomes de “vagabunda”, “puta” e outros
adjetivos do mesmo naipe. Mas elas se vingam e, a quatro paredes, deixam
amigos e amigas tratar o homem por meio do adjetivo que ele considera o
mais ridículo de todos, o de “corno”. O homem suporta ser chamado de
“fdp”, mas não de corno.
Os casais negam que irão utilizar essas
armas todas, as da “baixairia” – mas utilizam. A cultura ganha de
qualquer virtuosismo quando o adultério entra de supetão. A cultura
ocidental diz que o homem adúltero está errado, e então que ele que
receba da mulher o pedido de divórcio e pague a pensão. Diz também que a
mulher está errada, e que a sua punição é a de poder ser chamada por
adjetivos pejorativos em todo e qualquer lugar e por todo mundo. O
“politicamente correto” fez poucos avanços nesse setor.
Uma psicologia tradicional e de senso
comum anuncia que o homem é “racional” e a mulher é “emotiva”. Mas a
opinião popular adora essa psicologia contanto que não seja para a
avaliar narrativas sobre o adultério. O amor aparece por detrás da porta
e agarra o homem que, não raro, quando tem de se explicar diz que “foi
um ato que ele não previu, algo que escapou do controle”. Ele pode
dizer, então, que se apaixonou e solicitar o divórcio. Pode dizer que
“aquilo não significou nada” e então tentar dobrar a mulher para a não
separação. Em todo o caso, ele vai vestir a “psicologia feminina” para
suas explicações. Vai dizer que foi “apanhado pelo amor”. No entanto,
mesmo sendo a “emotiva”, a mulher não pode recorrer à sua própria
caracterização para se safar de responsabilidade, quando é ela que tem
de explicar um caso “por fora”. Mas ela tenta. Estando na berlinda,
esquece sua própria caracterização e chama a atenção do homem para o seu
caráter “racional”. Ele estaria exagerando na sua racionalidade e,
alheio ao “romantismo” necessário ao casal, há muito não mais se
dedicaria a “notar” a esposa ou namorada e, por isso, deu chance ao
azar. (...)
Os homens e as mulheres estão traindo
quase na mesma proporção no Ocidente. No Brasil, as pesquisas variam um
pouco, mas apontam que as cariocas e as gaúchas são as que mais caminham
pelo adultério.
(...) No caso do homem brasileiro, a média gira em torno de 80%. Homens e
mulheres traem. Só um habitante de Plutão, uma vez na Terra, diria que
nossa natureza é monogâmica. Não é. Somos de rebanho e, no rebanho, nos
relacionamos em busca de alguma coisa. (...)
(...) O homem
tenta convencer a mulher que a escapadela que deu “foi só sexo”. Ora,
mas com quem ele quer conversar com uma história desse tipo? Sua avó?
Sim, nossas avós (a minha, não a do leitor, que provavelmente é mais
jovem) diziam que “homem é tudo igual” e, uma vez que elas próprias eram
anorgásmicas (ou tinham de ser!), aceitavam muito bem que o marido
tivesse “casos por fora”, inclusive filhos registrados. Algumas até
mesmo acertavam suas domésticas para tal, reproduzindo o esquema do
Brasil escravagista. Mas, a mulher urbana atual, escolarizada, se
realmente não é anorgásmica (*), acha ridículo a conversa do “foi só
sexo”. Pois se foi só sexo, foi tudo que não poderia ter ocorrido.
A reação do homem, então, é ainda mais
infantil. Não raro, ele quer saber detalhes do que ocorreu na escapadela
da mulher, investiga posições, se houve ou não sexo oral ou anal e,
enfim, se contorce e acaba perguntando se o parceiro era de fato melhor
na cama que ele. No limite, acusa a mulher de querer “apenas dar”, sendo
assim, portanto, um tipo de animal no cio.
Na discussão do casal, o homem que está
diante da mulher adúltera sobrevaloriza o sexo. Esquece-se de que ele ou
qualquer outro homem, na situação inversa, tentaria dizer que o sexo
não é importante.
O sexo é importante. É o mais
importante, principalmente hoje em dia. Por uma razão simples: no âmbito
do amor-eros, do amor romântico, a idéia da comunhão de intimidades é
um elemento que parece selar não só o que caracterizaria esse amor em
uma primeira definição, mas, sim, o que caracterizaria o amor no seu
máximo, como englobando também, no seu interior de amor romântico, a
amizade. Ir para a cama com outro não significa pouca coisa por que se o
amor é também uma relação de amizade e, portanto, de revelação de
intimidades, a relação sexual com outro indica que o que foi revelado ao
outro não foi a intimidade de quem traiu, mas também de quem foi
traído. Há um duplo incômodo nessa situação. Isso é que a faz tão
explosiva no caso dela se dar a partir do amor romântico.
(...)
30/01/2011 - Filósofo Paulo Ghiraldelli Jr. - escritor e professor da UFRRJ
(*) O número de mulheres anorgásmicas no
Brasil é alto. Estima-se em mais de 40%. O problema é menosprezado no
Brasil. Por um lado, as mulheres que não são anorgásmicas acham um
absurdo que exista a anorgasmia. Há até psicólogas fora de órbita que
receitam para o casal, para o problema, “um bom diálogo”! Os homens, por
sua vez, acham que a mulher anorgásmica é sempre a mulher do outro, que
ainda não encontrou ele, o “garanhão”. Essa mentalidade está impregnada
até mesmo em gente que estuda o assunto, o que faz com que o problema
fique na estaca zero em nosso país, tido como um lugar “tropical” e de
“sexualidade livre” etc. Na verdade, nossos índices de anorgasmia são
superiores ao de outros países tidos como de “mulheres frias”.
Quer mais? Veja: Filosofia, amores e companhia. Da Editora Manole.
http://ghiraldelli.pro.br/2011/01/30/a-traicao-no-amor/
De acordo com o texto, responda:
- Por que a traição faz tremer mulheres e coloca homens em fúria?
- Quais armas homens e mulheres usam para punir aquele que traiu?
- Você também concorda que o homem suporta ser chamado de “fdp”, mas não de corno? Justifique.
- Como os parceiros justificam a traição?
- Atualmente, quando o homem tenta convencer a sua parceira de que traiu "só por sexo" é possível ela acreditar? Explique.
- O que o autor quis dizer: " Na discussão do casal, o homem que está diante da mulher adúltera sobrevaloriza o sexo".
- A atriz Kristen Stewart foi fotografada traindo Robert Pattinson com o cineasta Rupert Sanders, que é casado e a dirigiu no filme “Branca de Neve e o caçador”. Você acha que Robert deve perdoá-la? Argumente. ENTENDA O CASO
Nesta quarta-feira (25), a revista “US Weekly” publicou em sua
matéria de capa fotos da atriz e do diretor aos beijos no último dia 17
de julho. Nas imagens, a namorada de Robert Pattinson, 26, aparece
abraçada com Rupert Sanders, 41, casado com a modelo Liberty Ross, 33.
Na revista, é possível ver Kristen aos beijos com Rupert em um carro, e
depois trocando carinhos em um parque no último dia 17 de julho.
“Eles estavam beijando feito loucos!”, disse o fotógrafo. “Pareciam incansáveis! Ele estava mais cauteloso. Ela estava entregue ao momento. Estava claro que só estava pensando nisso”. De acordo com a publicação, quando alguma pessoa se aproximava, a atriz e o diretor se afastavam. Depois do encontro, Kristen deixou Rupert em casa e os dois se despediram com um beijo. Em seguida, Kristen teria seguido para a casa de Pattinson.Sobre o caso, a atriz se manifestou publicamente: “Lamento muito por todo o constrangimento e dor que causei às pessoas próximas a mim e a todos os afetados por esta história. Esta imprudência momentânea comprometeu aquilo que tenho de mais importante na minha vida, uma pessoa que amo e respeito muito, Rob. Eu o amo, eu o amo, sinto muito “, disse Stewart em um comunicado divulgado à “People”. (ela também enviou uma carta com um pedido de desculpas para Liberty Ross, mulher e mãe dos filhos de Sanders).Rupert Sanders também se desculpou publicamente. “Estou completamente abalado pela dor que causei à minha família. Minha linda mulher e filhos adoráveis são tudo que tenho neste mundo. Eu os amo com todo meu coração. Estou rezando para que possamos enfrentar tudo isso juntos”, disse o diretor em comunicado oficial também divulgado pela “People”.http://www.alagoinhasnoticias.com.br/24581/caso-de-traicao-robert-pattinson-e-kristen-stewart-voltaram-a-conversar/
O ator, que já deixou a casa que os dois dividiam juntos, teria demonstrado toda a sua mágoa numa discussão pelo telefone com a (ainda) namorada. Em declarações publicadas pelo jornal britânico “The Mirror”, uma fonte próxima ao casal revelou detalhes da conversa.- Rob está devastado e profundamente magoado. Os dois se falaram e ele disse: “Você me humilhou completamente. Toda a confiança se foi”.De acordo com a fonte anômina, foi Robert que exigiu um pedido público de desculpas de Kristen (ela acabou divulgando um comunicado oficial). O ator, de 26 anos, ficou incrédulo ao tomar conhecimendo da pulada de cerca da amada, de 23, com quem namorava há três anos. Os dois se conheceram nas filmagens da saga Crepúsculo.- Robert queria que o mundo soubesse que ele não fez nada de errado, e que foi ela que o fez de bobo na frente de todos - acrescentou a fonte, que, apesar de tudo, não descarta uma possível reconciliação:- Ele ainda não consegue entender porque ela o traiu. Kristen está pedindo outra chance, mas Robert está indeciso.
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